J. K. Rowling está de parabéns! No dia do seu 52.º aniversário, fazemos uma pausa em Harry Potter e Cormoran Strike e apresentamos alguns dos seus livros favoritos.
Emma
Jane Austen
J. K. Rowling nunca escondeu que Jane Austen é a sua autora preferida – e aquela que mais influenciou a sua escrita. Entre os vários romances da escritora de Orgulho e Preconceito e Sensibilidade e Bom Senso, há um que a criadora de Harry Potter afirma ter lido mais de 20 vezes: Emma. Publicada em 1815, é a história de uma jovem rica, bonita e obstinada que Austen chegou a assumir como “uma heroína de quem ninguém gostará muito a não ser eu”.
Virginia Woolf disse que, de todos os grandes escritores, [Jane] Austen era ‘a mais difícil de apanhar no ato de grandeza’. O elogio à sua escrita raramente transmite a sua extraordinária qualidade, mas acho que os seus personagens estão intensamente vivos, que ela tinha uma desenvoltura maravilhosa para diálogos, um sentido de humor cru – e, por vezes, mordaz – e tecia enredos com uma delicadeza que parecia sem esforço. E, falando enquanto alguém que adora surpreender os seus leitores, nunca ninguém fez um twist melhor do que o que Austen conseguiu em Emma.
O Pequeno Cavalo Branco
Elizabeth Goudge
Quando J. K. Rowling era criança, gostava particularmente de histórias com cavalos. Um dos seus livros favoritos era Black Beauty, de Anna Sewell; outro era O Pequeno Cavalo Branco, de Elizabeth Goudge. Acabou por ser este último o mais importante na sua evolução literária, influenciando diretamente – nas palavras da própria J. K. Rowling – a escrita da saga protagonizada por Harry Potter.
O meu livro preferido [quando era criança] era O Pequeno Cavalo Branco. Teria provavelmente algo a ver com o facto de que a heroína era muito simples, mas é um livro inteligente e bem construído. Quanto mais lemos, mais inteligente aparenta ser. Tem uma influência direta nos livros de Harry Potter, talvez mais do que qualquer outro livro.
Chéri
Sidonie-Gabrielle Colette
Originalmente publicado em 1920, este romance assume como foco o socialmente incorreto caso amoroso entre uma cortesã de meia idade e um adolescente mimado. J. K. Rowling diz-se uma grande apreciadora da história – “A última cena é incrivelmente tocante, faz-me chorar” –, mas ainda mais do talento descritivo da francesa Colette, que Rowling considera ímpar no mundo literário.
Nunca consegui escrever como Colette. Nunca encontrei ninguém capaz de igualar as suas passagens descritivas. Era uma escritora muito sensual e muito à frente do seu tempo.
Team of Rivals
Doris Kearns Goodwin
Não foi apenas J. K. Rowling a ficar encantada com esta biografia de Abraham Lincoln, focada na sua vida entre 1861 e 1865. Também Barack Obama o apontou como um dos seus livros favoritos, chegando mesmo a declarar que seria “o” livro que levaria consigo para uma ilha deserta. Steven Spielberg é outro admirador, tendo adaptado a obra ao grande ecrã num filme nomeado para doze Óscares, com Daniel Day-Lewis no principal papel.
Vivi-o como fazemos com os livros verdadeiramente bons, colocando-o de lado com os olhos vidrados e o desconcerto de me encontrar no século XXI. Conheci a autora num evento na embaixada americana em Londres e estava tão excitada que balançava para cima e para baixo sem sair do lugar, como se tivesse 5 anos.
Mulherzinhas
Louisa May Alcott
Jo, Meg, Beth e Amy. Estas quatro irmãs, obrigadas a tomar conta da casa de família quando o pai parte para a guerra, são as inesquecíveis protagonistas deste clássico de Louisa May Alcott. Mas, para J. K. Rowling, a verdadeira estrela é só uma. E partilha o seu nome. Uma influência curiosa, até tendo em conta que, ao examinar o impacto que Mulherzinhas teve na sua época, Alcott é frequentemente apelidada pela imprensa de “a primeira J. K. Rowling”.
A minha heroína literária preferida é a Jo March. É difícil explicar o que ela significou para uma rapariga pequena e simples chamada Jo, com um temperamento irascível e uma ambição ardente de ser escritora.