Rodrigo Guedes de Carvalho tem cerca de mil livros na sua estante, embora seja incapaz de escolher preferidos. É jornalista, romancista, mas sobretudo apreciador de boas histórias. E estas são as que o assombram.
A Servidão Humana
Somerset Maugham
“Foi o primeiro romance dramático, de fôlego, que me atingiu com toda a força de que a literatura é capaz”, explica Rodrigo Guedes de Carvalho. Não admira que Somerset Maugham seja um dos seus autores prediletos.
Um Cavalo Entra Num Bar
David Grossman
David Grossman assina o último livro lido por Rodrigo Guedes de Carvalho. Tão “poderoso” que deixou mossa. “Direto ao peito e à cabeça, na sua cáustica alegoria sobre o sítio onde nos encontramos hoje”, realça o jornalista.
Os Thibault
Roger Martin Du Gard
Este livro da autoria de Roger Martin Du Gard é um dos mais raros na estante do pivô da SIC. E um dos que mais memórias evoca. “Li-o muito novo e nunca mais o encontrei. A minha editora Cecília Andrade é que o encontrou num alfarrabista e mo ofereceu. Os três volumes, e em muito bom estado.”
Outras Pessoas
Martin Amis
Este thriller de Martin Amis sobre a perseguição da memória é um dos mais recentes livros na estante de Rodrigo Guedes de Carvalho. Este e A Literatura e o Mal, onde Georges Bataille analisa as obras de “gigantes” como Emily Brontë, Charles Baudelaire, Proust ou Kafka.
Viagem ao Fim da Noite
Louis-Ferdinand Céline
Quando lhe perguntamos que livro quer ler há já algum tempo mas ainda não teve oportunidade, é esta a resposta. O romance de Louis-Ferdinand Céline explora “o inferno da vida antes do inferno da morte”.
“Estava num restaurante cheio de gente e reparei que, a determinado momento, eu era a única pessoa que não estava a consultar o telemóvel.” Foi assim que nasceu a ideia por detrás de Jogos de Raiva, o mais recente romance do jornalista da SIC que, com a evolução da comunicação global como pano de fundo, nos conta a história de três gerações de uma mesma família.
Apesar da temática atual – e muito debatida –, Rodrigo Guedes de Carvalho garante que não faz neste livro qualquer análise crítica. “Acho que os romances não servem para isso. Limito-me a contar uma história muito bem contada, o que já não é pouco. Que os leitores retirem da vivência da história e das personagens uma reflexão já é matéria que não domino, mas que naturalmente me orgulha.”