Com experiência no mundo editorial, Hugo Xavier, Pedro Bernardo e João Reis juntaram-se e lançaram a E-Primatur. Uma editora que tem o crowd publishing como ponte de divulgação de novos projetos.
Por: Catarina Sousa
TOP 3
E-Primatur
O Salão Vermelho
August Strindberg
Uma obra-prima da literatura universal completamente inédita em língua portuguesa. Vai precisamente ao encontro do nosso objetivo de preencher lacunas graves no panorama editorial nacional.
Os Amputados
Hermann Ungar
Um clássico maldito: o livro que encabeçou as listagens de livros a queimar pelos nazis. Os Amputados mergulha no lado negro da alma humana, nas nossas fobias e ambições, de forma inesperada e avassaladora.
Portugal Visto
do Ar
Dirk Laubner (fotografias) e Pedro Bernardo (texto)
Porque há sempre variadíssimas formas de olharmos o que nos rodeia, este livro é uma outra forma única de vermos o nosso país através do olhar e da objetiva do mais importante fotógrafo de baixa altitude do mundo.
“Deparámo-nos com uma lacuna no mercado editorial: uma total ausência de livros de referência base”, sintetiza Hugo Xavier, um dos fundadores da E-Primatur, a editora que ganhou vida há cerca de seis meses. Mais do que limitar a sua linha editorial ao conceito de clássicos, a E-Primatur quer ter um catálogo de livros que deixaram marca: “Que marcaram pelas suas inovações literárias, que marcaram épocas a nível ideológico ou cultural, que foram marcantes nacional ou internacionalmente”, explica Hugo Xavier.
Até ao final do ano, a editora tem como objetivo lançar seis títulos. Para 2016, a E-Primatur já tem um plano editorial de 20 livros, mas tudo vai depender da recetividade do projeto. A direção editorial está a cargo de Hugo Xavier (cofundador da Cavalo de Ferro), Pedro Bernardo (ligado à Edições 70) e João Reis (lançou a Eucleia), mas os fundadores da E-Primatur vão também colaborar com editores externos especializados em várias áreas. Hugo Xavier explica o objetivo: “Não queremos fechar-nos nos nossos gostos e critérios. E queremos criar uma comunidade de leitores para que gradualmente as pessoas possam fazer sugestões.”
A influência anglo-saxónica
“Começámos a olhar para os modelos que estavam a ser seguidos por pequenas editoras em todo o mundo, mas principalmente no mundo de língua inglesa. Há vários projetos aliados a crowd publishing. E nós, não querendo estar dependentes disso, vamos fazê-lo tendo em conta que permite a publicação de um maior número de livros”, sublinha Hugo Xavier. Depois, com a ajuda das redes sociais, a ambição é criar uma comunidade que divulgue e promova a E-Primatur. Pedro Bernardo acrescenta: “Não vou dizer que isto é um ovo de Colombo, mas é um conjunto de fatores que achamos que pode contribuir para diferenciar o projeto.” Além da E-Primatur, a sua declinação Book Builders ambiciona ser o espaço da diferença: qualquer pessoa pode propor uma obra. “A Book Builders permite-nos publicar géneros que não encaixam no perfil da E-Primatur”, explica Pedro Bernardo.
Ambição que chega a terras de Vera Cruz
Num futuro a médio prazo, os fundadores da E-Primatur gostariam de estar do lado de lá do Atlântico, no Brasil. “Esperamos ser um nome já consagrado, com um catálogo de destaque e eventualmente ter uma pequena delegação no Brasil”, sublinha Pedro Bernardo. A curto prazo, a maior ambição é ter um conjunto de leitores regulares e fiéis que participem no projeto.